Faça algo por você mesmo!

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Fiz 18 anos. Para ser mais exata, no dia 20 de janeiro do ano de 2016.
Há dezoito anos eu nascia e já crescia com responsabilidades nas costas. Como muitos de nós.
Irmã mais velha, que protege a mais nova. Uma estudante muito boa que tirava boas notas, e que se isso não acontecesse? Misericórdia! Parecia que eu joguei pedra na cruz.
Mas o que eu mais escutei nesses 18 anos de vida foi: Uma pessoa inteligente que terá um futuro brilhante!

Pode parecer estranho da minha parte estar escrevendo isso, e parte de vocês deve estar pensando "pra que isso?", mas não vou julgá-los, pois eu estaria falando isso alguns anos atrás.
Hoje, eu não digo isso porque os dezoito anos bateram na porta e por obrigação tive que abraçá-los.

A introdução desse texto talvez não faça sentido até agora, mas eu vou explicar o porquê.
Quando eu fiz dezoito anos todos esperavam algo de mim. E quando eu digo algo quero dizer que tudo que eu fizesse a partir do dia 20 deveria ter êxito. Trabalho, ENEM, faculdade, carreira, relacionamento, tudo. Resultado? Não tive exito em nada disso.

As pessoas a minha volta devem ter ficado um pouco decepcionadas com o que aconteceu. Ou melhor, por tudo que ainda não aconteceu, mas claro que nenhuma delas me disse isso. Foi ai que minha cabeça começou a girar e mesmo tendo completado a maior idade a um ano, comecei a me sentir excluída por não ter resolvido minha vida e até cheguei a pensar se seria um fracasso em tudo que eu fazia daqui para frente.

Então minha cabeça girou mais um pouco e eu percebi que tudo que eu havia planejado até agora não tinha sido por mim, não totalmente. Eu estava fazendo para um plateia que esperava a todo custo que eu fosse algo. E então eu percebi que eu não queria ser nada. Nada daquilo que eles queriam.

As vezes as pessoas chegam em mim e fazem perguntas do tipo: E a faculdade começa quando?, Você não queria ser escritora?, Já terminou seus livros?, mas no meu ouvido é como se fosse: Tem certeza que você quer escrever livros?, Você ainda não iniciou a faculdade?, Cadê aquela menina inteligente que eu conhecia?. Foi ai que eu percebi que havia algo errado. Não comigo, mas com o que as pessoas a minha volta viam quando olhavam para mim.

A menina prodígio antes dos vinte. Era isso. Isso que todos esperavam. E essa foi uma ideia tão bem implantada na minha personalidade, que me vi ao ponto de chorar por não ter realizado todos os meus sonhos quando completei a maior idade. O desespero, a dor, o sentimento de fracasso, tudo isso me assolava quando eu havia acabado de sair do berço da minha mãe, (como alguns colegas de trabalho gostam de dizer sobre minha idade).

Então eu parei tudo. Respirei. Chorei o que tinha que chorar. Escrevi o que tinha que escrever. E me organizei. Não da forma como me aconselhavam, mas da forma como eu queria. Escolhi minha faculdade, arrumei um emprego temporário que irá me render o dinheiro necessário para algumas coisas e decidi esperar, ir com calma e dando um passo de cada vez para não tropeçar nas próprias pernas.

O resultado é que ainda não conclui todas as etapas da minha vida, até porque tenho dezenove anos, mas pela primeira vez eu sinto que estou fazendo tudo como desejo. Eu me sinto mais livre para fazer o que realmente escolhi e decidi tomar algumas decisões por conta própria.

Decidi também tirar toda aquela carga emocional de cima de mim. Tudo que estava me impedindo de dormir e me causando mal. Só assim eu consegui compreender minha juventude e toda jornada que ainda preciso seguir na vida. Estou bem melhor agora. Estou caminhando também, com passos suaves e devagar, mas caminhando. Se esse for o ritmo que vai me fazer bem é ele que eu escolho. Porque meu coração está em paz agora, e é assim que eu gosto que ele esteja.

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Resenha| Lúcida, de Ron Bass e Adrienne Stoltz

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Autores: Ron Bass, Adrienne Stoltz / Ano: 2016 / Páginas: 364 / Editora: Galera Record/ Nota: 5
Sinopse: Um thriller psicológico eletrizante, do roteirista de Rain Man e O casamento do meu melhor amigo. Sloane é uma aluna nota 10, com uma grande e amorosa família. Maggie vive uma existência glamorosa e independente, como aspirante a atriz em Nova York. As duas não poderiam ser mais diferentes. A não ser por um pequeno detalhe, algo que não têm coragem de revelar a ninguém. À noite, cada uma sonha que é a outra. Os sonhos são tão vívidos que as garotas sentem e experimentam o que a outra está passando naquele momento. Seriam as duas reais? Uma delas estaria mentalmente instável e imaginando a outra? Seriam ambas a mesma pessoa? Qual delas é real?
Sloane sonha com Maggie todos as noites. Meggie também sonha com Sloane todas as noites. Uma sonha com a vida da outra desde que se lembram, mesmo estando em cidades diferentes.

Meggie tem dezessete anos, sonha em ser uma grande atriz, ama sua irmã mais nova, Jade, e sofre pela perda do pai que tanto a compreendia. Praticamente abandonada pela mãe que só pensa em trabalho, Maggie teve que amadurecer mais rápido e assumir responsabilidades que fazem as pessoas a acharem mais velha do que a idade que tem.

Já Sloane parece ter entrado em um luto profundo pela morte de seu melhor amigo. Fechada em seu mundo particular e quieto, a garota ainda não consegue compreender porque se afastou tanto de sua mãe e tem raiva da mesma. Guardando todo sentimento ruim e seus sonhos esquisitos para si mesma ela tenta compreender porque sonha com a vida de outra menina e porque James, o garoto novo da escola, é tão familiar e atraente para ela.

Já imaginava que Lúcida seria aquele livro de deixar qualquer um pensativo e louco. Foi por isso mesmo que o solicitei na hora. É um desafio grande, (e gostoso para mim), ter que passar a leitura inteira adivinhando o fim que todo aquele enredo intrigante e confuso vai tomar. E foi justamente isso que aconteceu.

O livro é narrado por Meggie e Sloane, cada capítulo intercalado entre as duas, de forma simples e bem explicada. Talvez a introdução seja um pouco confusa, mas depois quem está lendo compreende que foi um jeito necessário que os autores encontraram de mostrar o início, como tudo ocorreu. A história tem um mistério muito envolvente do começo ao fim. Todo enredo gira em torno de descobrir o que realmente acontece com as meninas e como tudo irá se resolver no final.

Tanto Maggie quanto Sloane são personagens bem diferentes e bem construídas da sua maneira. Nunca sei quando qual autor está escrevendo em um livro conjunto, mas a personalidade marcante de cada personagem pode dar uma ideia a respeito da escrita de Ron e Adrienne.

Amei cada cena de confusão mental explorada e bem detalhada que os autores trouxeram para o enredo. Isso ajudou muito a sentir tudo o que Meggie/Sloane estavam passando em um momento crucial. Lúcida foi aquele livro eletrizante que trouxe inúmeras emoções e pensamentos. Terminei o livro há muito tempo, mas o final ainda me intriga com possíveis teorias sobre o desfecho.

Eu recomendaria o livro para todos, mas depois de ler algumas resenhas no Skoob percebi que talvez a leitura seja melhor para quem está acostumado com o gênero de thriller psicológicos. No demais posso dizer que foi um livro maravilhoso, que abriu muito bem minha meta de leitura desse ano e me trouxe uma sensação incrível ao realizar a leitura.

Resenha feita em parceria com a Galera Record.

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