Entrevista com Naiane Aline R. C.

22:28 Sofia Trindade 2 Comments



E ai pessoal! Hoje realizei minha primeira entrevista. E foi com a nossa parceira Naiane escritora do livro "O Poder Visor". Eu adorei a entrevista, como sempre ela foi super simpática e claro ficaremos sabendo um pouquinho mais do universo que ela criou. Vamos lá?


S: De onde surgiu a ideia de criar "O Poder Visor"?
N:Na época, eu tinha acabado de escrever minha primeira história e estava super empolgada para escrever mais. Eu já tinha uma ideia de algumas das personagens e depois, meio de repente, me veio o resto. Nem eu mesma sei dizer de onde surgiu a ideia, mas muitas cenas do livro saíram de sonhos meus.

S:Como foi o desenvolvimento? Demorou um pouco,foi fácil...
N:Eu estava tão empolgada, que literalmente não via o tempo passar. E acho que o mais importante: eu não tinha pena de recomeçar a história do zero. Reescrevi O Poder Visor 3 vezes, e maior mudança que aconteceu foi na narrativa. Demorei uns 7 meses para concluir finalmente o livro, então diria que não demorei muito para escrever. Se é fácil escrever um livro? Nunca é! Mas se é algo que você gosta de fazer, o difícil da tarefa torna-se apenas mais um detalhe interessante na atividade.

S:Alguma editora chegou a recusar a publicação do livro? 
N:Essa é uma questão complexa... Na época que terminei de escrever o livro, tinha 14 anos e ainda não havia tantos escritores brasileiros sendo lidos, como hoje. Assim que terminei o livro, decidi mandar para algumas editoras. Em algumas, o valor para publicar era muito caro. Já em outras, meu material chegou a ser aprovado, mas como eu era menor de idade, se recusaram a fazer acordo. Não sei bem se isso se encaixa no quesito “recusar”, mas me senti recusada (risos).

S:Você se inspira em algum escritor(a)?
N:Adoro responder essa pergunta! Não me envergonho em dizer as influências que C.S.Lewis e muitos outros autores de literatura fantástica tiveram em minha história. Alguns leitores de A Menina que Roubava Livros talvez, também, achem a minha narrativa um pouco parecida com a do autor.

S:Já chegou a desanimar e pensar em desistir de continuar escrevendo o livro?
N:Algumas vezes, sim. Dos meus 14 anos para cá, já comecei 3 histórias diferente, sendo que algumas eu parei de escrever quando já estava na página 160 pra lá. O próprio mundo parece conspirar para te influenciar à parar de escrever. Mesmo no curso que faço na faculdade, jornalismo, escrever ficção é visto como uma coisa de amadores, um hobbie. Estudar, ler, sair com os amigos, escrever... Você sente que não tem tempo para isso tudo! Mas com jeitinho, tudo se encaixa.

S:Quando ficou sabendo que iriam publicar seu livro, qual foi sua reação?
N:Foi meio engraçado, porque o diretor do colégio em que eu estudava mandou que eu fosse até a sala dele. (Imagine a cara de assustada da menina, haha). Depois que ele me disse que disseram a ele que eu era escritora e que estava disposto a me ajudar a publicar o meu livro, bem, eu não acreditei. Não sabia se ficava feliz ou simplesmente cética. Permaneci sentindo essas duas coisas até o fim do ano, quando finalmente o diretor de meu colégio assinou o contrato com a editora e me ajudou à pagar o valor da publicação. Ai foi só alegria (<3).

S:Quando decidiu que queria ser escritora?
N:Eu não diria que foi uma decisão, porque, de fato, eu não conseguirei pagar minhas contas sendo escritora. Enquanto eu tiver coisas para escrever, escrevo. É uma coisa que gosto muito, e que estou disposta à continuar fazendo, mas não sei se farei disso uma profissão fixa. Viver de ficção no Brasil é complexo e exige muito mais que apenas talento da pessoa, o que dificulta ainda mais a situação.

S:Você consegue aceitar as críticas positivas e negativas? Ou já discordou de alguém?
N:Sem problemas algum! Até porque, confesso, as criticas começam a partir de mim mesma. Eu costumo reler tudo que produzo, depois de um tempo, para ver com outros olhos o que realmente está bom ou não. Depois que reli O Poder Visor, por agora, sei em que pontos eu preciso melhorar nas minhas próximas histórias. Mais importantes que os elogios são as críticas, e só não as aceita quem não quer se desenvolver!

S:Qual a dica que você dá para jovens escritores?
N:Não desista! Se é o que você gosta de fazer, siga em frente. Mas também, não espere louros de fama do nada. Faça porque gosta, que um dia a recompensa chega. Foi algo que a pessoa que apoiou a publicação de meu livro me disse: quem é bom em algo, em algum momento, ganha seu mérito. Porém, como eu disse antes, aceite críticas, sejam elas positivas ou negativas! Aceite crescer seu potencial. Ninguém nasce sabendo, e as críticas são ótimas para te fazer ver que caminho seguir.

S:Como está sendo a experiência de ter um livro publicado, e ver pessoas lendo uma obra que você escreveu?
N:Tenho vontade de abraçar todo leitor meu! Isso foi um problema na Bienal da Bahia do ano passado, na qual lancei oficialmente meu livro. Alguns leitores meus que já tinham lido a obra, apareceram lá para falar comigo, e eu quis levar todo mundo para casa! Eu mantenho contato com alguns deles até hoje, e é deles que estão saindo as primeiras opiniões da nova história que estou escrevendo.

E ai gostaram? Ela é um amor de pessoa! E sempre me trata bem. Algum dia teremos uma bela resenha do livro dela aqui no blog. Aguardem!

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2 comentários:

  1. Nossa, amei! Ela parece mesmo ser uma fofa, parabéns pela entrevista.

    Beijos || blog-pequena-sonhadora.blogspot.com.br

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  2. Nossa, adorei, Uma das poucas entrevistas que ja li com algum autor (a) que as respostas sao, silples, diretas e empolgantes. ME manteve fixa ate o fim. Adorei o jeito jovem, meigo e humilde dela. Que ela tenhamta luz e sucesso.

    Bjs

    http://radarmexeriqueiro.blogspot.ca/2014/05/maleficent-malevola-filme.html

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